quinta-feira, 1 de novembro de 2012

A Ferrovia em Paranapiacaba


Por: André Mazzeto;
Gustavo Moretti;
Igor David



           Paranapiacaba cidade denominada pelos índios, por conta de sua ampla vista do litoral. Após anos de sofrimento por conta de uma longa caminhada através da serra, acabou sendo construída uma estrada ferroviária que seria responsável pela formação da vila Paranpiacaba.

           O principal  fator responsável para a construção da Ferrovia Santos-Jundiaí foi a expansão do café, que chegou ao Rio de Janeiro no início do século XIX e logo se espalhou pelo vale do Rio Paraíba. A próxima região ocupada pela cultura cafeeira seria o oeste paulista, já bem no interior do estado. A partir daí, tornou-se urgente encontrar um meio de escoar o café com maior facilidade para o Porto de Santos.
           As obras tiveram início em 1860, comandadas pelo engenheiro inglês Daniel M. Fox. Dadas as características extremamente íngremes do trecho da serra, optou-se pela adoção do chamado sistema funicular: o percurso foi dividido em quatro planos inclinados, cada um com uma máquina fixa a vapor que tracionava as composições através de cabos de aço.
        A partir de 1896, começaram as obras. Paralelamente aos trabalhos de duplicação, a vila também sofreria modificações. No alto de uma colina, os ingleses construíram a casa do engenheiro-chefe, chamada de Castelinho, de onde toda a movimentação no pátio ferroviário poderia ser observada fazendo com que todos se sentissem obrigados a seguirem a normas.
       Do outro lado da estrada de ferro, a Parte Alta de Paranapiacaba, que não pertencia à companhia, seguia padrões arquitetônicos portugueses, diferentes daqueles da vila inglesa. A área começou a ser ocupada por comerciantes para atender os ferroviários já na década de 1860. Ali também moravam os funcionários aposentados, que não poderiam mais usar as casas cedidas pela empresa.
        Em 1946, termina o período de concessão da São Paulo Railway Company e todo seu patrimônio é incorporado ao da União. Este fato é apontado pelos antigos moradores como o início da destruição da vila.
      Em 1986, a Rede Ferroviária entregou restaurados os sistemas funicular entre o 4° e o 5° patamares e o Castelinho. No ano seguinte, o núcleo urbano, os equipamentos ferroviários e a área natural de Paranapiacaba foram tombados pelo CONDEPHAAT-Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário